O MEC volta atrás: aumenta a formação geral básica e reduz os percursos formativos.

A intenção original da versão publicada às pressas ainda durante o Governo Michel Temer era permitir que o estudante do Ensino Médio se formasse já com alguma orientação profissional mínima. Ou seja: menos teorias gerais e mais aplicação prática. 

Apesar da boa intenção, a implantação da versão original do Novo Ensino Médio era impossível, pelo menos, no curto prazo. Naquela época, o governo mandou aumentar a carga-horária durante os 3 anos do Ensino Médio e obrigou a oferta de Percursos Formativos variados, para atender às escolas dos jovens. O problema é que esse aumento de carga-horária e a criação de novas disciplinas simultâneas (pois para haver escolha é necessário aulas simultâneas) exige mais salas de aula e mais professores, no mesmo espaço que havia antes.

Logo que assumiu o comando, o Governo Lula abriu uma consulta pública para buscar alternativas. E a conclusão foi publicada ontem, dia 7 de agosto de 2023. Entre os 12 aspectos gerais apresentados, 3 merecem destaque.

  1. Aumento da Formação Geral Básica: isso significa o retorno a uma quantidade de conteúdos mais ampla e menos “prática”. A “escolha” dos estudantes se reduz a duas áreas: ciências da natureza ou ciências humanas. A terceira opção que é a formação técnica e profissional provavelmente ficará vinculada aos cursos técnicos.
  2. Educação digital é um novo componente curricular obrigatório, com o mesmo status das suas irmãs mais velhas: geografia, química, física e biologia. Provavelmente, a Educação Digital irá se tornar uma nova disciplina e poderá ser cobrado no ENEM. Vale lembrar que a Computação já é um complemento à BNCC. (Leia o artigo: Aprovada a norma sobre Computação na Educação Básica – BNCC.)
  3. Tudo é linguagem. Os dois percursos de aprofundamento trazem quase o mesmo nome: Linguagens, matemática e ciências da natureza e Linguagens, matemática e ciências humanas e sociais. Chama a atenção a ênfase com o termo “linguagens”, sugerindo a importância de dominar aquilo que fundamenta todas as relações humanas: a linguagem.

Na DHEL, assumimos há alguns anos o lema: 

“A tecnologia é uma linguagem universal que conecta pessoas por meio de projetos para criar ou melhorar algo”. 

DHEL

Ver a tecnologia como uma linguagem é entender que ela é mais do que uma ferramenta, é um meio de expressar ideias. 

Voltando às mudanças do Novo Ensino Médio, tudo indica que ele se parecerá mais com o “antigo” do que com o novo. Vale lembrar que esta ainda é uma fase de consultas e não é definitiva. Agora, o MEC vai consolidar as propostas de reforma e encaminhar o relatório para apreciação do Congresso Nacional.

Consulte o sumário na íntegra: https://www.gov.br/mec/pt-br/acesso-a-informacao/participacaosocial/audiencias-e-consultas-publicas/audiencias-e-consultas-publicas/sumario_consulta_publica_ensino_medio.pdf

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