O que os pais devem fazer quando isto acontece em uma aula on-line?
Nada. Os pais devem acolher a demanda e incentivar que a criança resolva, juntamente com o professor. Ele saberá conduzir esse processo, respeitando o momento, a característica do erro e a dúvida do aluno. Explico o porquê.
Primeiro, porque ao resolver pela criança, o adulto retira dela a oportunidade de aprender como fazer. Assim, da próxima vez que tiver dificuldades para realizar uma atividade, ela irá pedir ajuda novamente, ao invés de tentar alternativas para resolver. Perpetuando uma relação de dependência e de pouco esforço para superar obstáculos.
Segundo, porque resolver pela criança pode transmitir a ela a mensagem de que é incapaz. Isso é grave.
Considerando que durante as aulas on-line um dos pais estará presente, é grande a possibilidade de uma intervenção direta para resolver a dificuldade do filho e “livrá- lo” de qualquer frustração e exposição diante de sua comunidade digital. Porém, essa atitude pode apenas mudar o problema de lugar: ao invés da criança ficar com vergonha dos colegas por não conseguir fazer, ela pode começar a desenvolver uma vergonha de si mesma, entrando numa espiral de baixa-estima.
Por isso, é fundamental que o aprendiz sinta confiança para lidar com os desafios e buscar alternativas para transpô-los, no seu tempo, contando com a mediação do professor e colaboração dos colegas.
Terceiro: porque ao tentar resolver a dúvida sozinho, o estudante desenvolve sua capacidade de reconhecer e entender o erro, buscar informações sobre sua natureza, identificando suas necessidades de aprendizagem. Nesse sentido, ele age como protagonista de sua própria autonomia.
Enfim, aprender a lidar com a sensação de não conseguir fazer algo e se organizar para buscar soluções são aprendizagens emocionais importantíssimas para a vida!
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